quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Helena e uma noite de insônia;



Acordou e se olhou no espelho, não havia nada demais em sua aparência mas pensou que estivesse realmente bonita aquele dia. Helena era uma mulher interessante porém louca, possuía uma imensa disposição para vícios e jamais negou um trago a ninguém.

Neste dia seu corpo pedia por mais, o cigarro já não lhe satisfazia, necessitava de algo que realmente a completasse naquela solitária noite de sábado. Foi quando decidiu ir a praça no intuito de se entorpecer. Alguns minutos bastaram para conhecer quem poderia lhe oferecer a tão desejada erva já que estava atenta ao “movimento flagrante”, :

- Quanto você quer segurar? O Traficante de drogas Perguntava a ela com uma gentileza excepcional
- Dez conto – respondeu enquanto olhava em volta o número de pessoas que a cercavam, um lugar que qualquer usuário chamaria de “inflamado”.
O malando tinha de buscar a droga que estava em sua casa, não muito longe dali. Helena ansiosa para sentir deliciosa sensação, uma doce embriaguez, não hesitou e subiu na garupa da bicicleta sem saber que andava pelas ruas com um dos maiores traficantes de crack da região, chegara a ser chamada de rainha do tráfico pelos vizinhos que a viam em sua garupa.
Chegando ao local combinado, o traficante trouxe o dobro do que Helena pediu, que assustada com a quantidade sorriu agradecida
- Agora você tem um amigo, pode contar, precisando “tamûai”, dizia ele com uma calma que lhe contrangia, pensou que ele quisesse come-la, talvez realmente quisesse, mas não se manifestou.
Ao chegar em casa deitou-se porém o sono não vinha, rolava na cama quando decidiu ascender seu primeiro baseado e ligar para o namorado que morava em Minas Gerais. O efeito da droga subiu a sua cabeça o que a levou a uma conversa um tanto mais íntima, já tocava-se em total intimidade quando ouviu barulhos em volta da casa e uma sombra passar pela janela. Desligou o telefone apressadamente e cobriu-se de forma superficial pensando: “e se essa pessoa ouviu minha conversa e quer me estuprar?”.
As frases pornográficas que havia dito no telefone agora lhe pareciam ameaças reais, o que faria um homem com ela se ouvisse tamanhas obscenidades saírem de sua boca, desejos mais íntimos que só são compartilhados entre namorados e escondidos a sete chaves?
Suava frio quando estranhamente o telefone tocou, era o traficante. Pensou por um momento no que ele queria com ela: “Uma espécie de amor bandido? E se ele quiser me estuprar? Ele deve estar aqui do lado da minha casa se masturbando louco para me pegar”. Tremendo de medo, Helena atende ao celular.
- Só queria saber de quem é esse número, desculpe ligar a essa hora, Boa noite.

Ao ouvir essas singelas palavras se sentiu um tanto tranqüilizada mas decidiu ligar para polícia mesmo assim. Quando a viatura chegou a sua porta ela saiu vestida apenas de pijama e começou a relatar aos dois policias sobre os barulhos que ouviu.
Enquanto falava com ambos percebeu que logo ao lado deles permanecia o prato com a maconha pronta para ser notada a qualquer momento. Aflita a jovem pensou no que aqueles dois policias gostariam em troca da “vista-grossa”. Pensou em uma daquelas cenas de sexo hardcore, nesse instante Helena decidiu em mostrar os seios para desviar a atenção deles, refletiu mais alguns segundos e se deu conta que poderia não funcionar, melhor “flagrada” que “flagrada com flagrante e com peitos de fora”, pensou rapidamente.
Abriu um sorriso e tentou ser simpática enquanto falava dos barulhos. Os policias fizeram a ocorrência se foram sem perceber o pequeno prato perto da estante. Leu um pouco e decidiu tentar dormir novamente. Aliviada helena volta pra cama e pega no sono por alguns minutos quando é acordada pelo toque do celular
- Esta tudo bem com você Helena? Perguntava o policial, já as 3 horas da manhã. Mesmo que desconfortável, a jovem mulher sentiu protegida por tamanha eficiência e dedicação. Mal sabia que do outro lado da linha o policial se excitava ao imaginá-la em situações imorais e perversas, a fantasiava com um uniforme e um cacetete e chegou a pensar em algemas, látex e muitas correntes.
O tarado passou toda a noite pensando em helena, seus belos seios e seu olhar penetrante, achou que ela seria o tipo de mulher de um romance policial, bela e misteriosa, torcia pra que ela dissese “estou com medo” e o chamasse á sua casa e que tudo aquilo culminasse em uma noite de sexo sem pudores.
Ligou ainda mais 3 vezes não permitindo que Helena dormisse durante a noite. Na última, já cansado de se auto satisfazer, a convidou pra sair. Ela respondeu:
“Estou ocupada hoje, amanhã, depois de amanhã e pra sempre. Vê se me deixa dormir, porra!”
Pensou na dualidade daquela noite, no mocinho e no bandido com posições mal definidas, enquanto isso fumava seu último cigarro da carteira, suas olheiras a assustavam e a estranha noite cheia de sustos não saia de sua cabeça.
Fumou um baseado, mas fumou com vontade, e enfim dormiu.



homenagem a uma amiga pra lá de querida
"baseado" em fatos reais.

3 comentários:

  1. Meu bem sua memória é mesmo muito louca
    e sua imaginação também... rsrsrs
    Adorei tudo e relembrei como se fosse ontem...
    BjoO*****
    Rafinha

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  2. sabia!!!!!!!! adooorei...muito mesmo!! vc e otimo com contos!!!
    Cri$e

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  3. Mais uma colaboração. Cafajestagem colaborativa.

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